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Delegado da Polícia Civil detalha como funcionava o esquema de golpes praticados por servidora pública

Investigada utilizava o dinheiro obtido por meio dos golpes para realizar apostas online

11/10/2024 às 22h32 Atualizada em 11/10/2024 às 23h11
Por: Redação
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Mulher teria auferido mais de R$ 100 mil reais de lucros por meio dos golpes. Foto: DICOM/SSP-TO 
Mulher teria auferido mais de R$ 100 mil reais de lucros por meio dos golpes. Foto: DICOM/SSP-TO 

Na tarde desta sexta-feira, 11, o delegado da Polícia Civil do Tocantins, Andreson Alves, titular da 46ª Delegacia de Presidente Kennedy, município que fica localizado  a cerca de 220 quilômetros da Capital, Palmas, deu mais detalhes sobre os golpes, supostamente praticados por uma servidora pública, de 26 anos, contratada do município, e que resultaram em prejuízos de mais de R$ 100 mil às vítimas. 

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A suspeita teve a prisão decretada pelo juízo da Vara Criminal da Comarca de Guaraí, e foi presa, após a deflagração da Operação Apate, quando os policiais civis da 46ª DP de Presidente Kennedy, com apoio da 5ª Divisão Especializada Combate ao Crime Organizado (DEIC - Guaraí) e sob o comando do delegado Andreson, localizaram a mulher e efetuaram a prisão dela.

“Trata-se de um caso bem complexo, onde há claros indícios de que a autora, em questão, realizava os golpes de estelionato, tendo como principais vítimas colegas de trabalho e pais de alunos da instituição municipal de ensino em que trabalhava a fim de fomentar o vício em apostas online, mas que, de fato, não lhe renderam lucro algum, pois o dinheiro amealhado com os golpes era integralmente revertido para as apostas”, frisou.  

Como funcionava o esquema criminoso

O delegado Andreson explica que a mulher, de 26, anos era servidora pública lotada na creche do município de Presidente Kennedy e passou a utilizar a estratégia/fraude de que precisava atualizar o censo escolar dos alunos, enganando os pais ao solicitar selfies e documentos pessoais, que na verdade foram usados para abrir as contas digitais em nome das vítimas e realizar os empréstimos.  

“Não contente em enganar os pais dos alunos, a mulher também passou a fazer o mesmo com os colegas de trabalho sob o argumento de que precisa criar uma pasta digital dos servidores, conseguindo selfies e documentos pessoais para realizar os empréstimos”, frisou. 

No total foram mais de R$ 100 mil de prejuízos para as vítimas (servidores, colegas de trabalho e os pais de alunos que estudam na creche).

Dinheiro perdido e endividamento 

Após o dinheiro dos empréstimos cair nas contas digitais criadas pela autora, ela transferia para a conta pessoal e usava para os jogos, mas nem chegava a ficar com nada, pois a quantia arrecadada por meio dos golpes, era toda gasta nas apostas online.  

Por fim, a investigação da Polícia Civil apurou que além dos mais de R$ 100 mil das vítimas, a autora já tinha vendido o carro e a casa para gastar o dinheiro com os jogos online e pegado dinheiro emprestado de várias pessoas, o que totalizou um prejuízo financeiro de quase R$ 1 milhão.

À disposição da Justiça 

A mulher presa pela PC-TO continua à disposição da Justiça e o inquérito será agora concluído e remetido ao Poder Judiciário e ao Ministério Público. 

O delegado Andreson destaca que se trata de um caso grave, onde vários golpes criminosos foram cometidos e lesaram várias pessoas, única e exclusivamente para manter o vício em apostas online. 

“A prisão dessa investigada lança um pouco de luz a questão das apostas online, fenômeno que rapidamente se espalhou por todo o Brasil. As pessoas na ânsia de satisfazer o vício e obter lucro fácil nos jogos online, acabam às vezes se valendo de expedientes criminosos, para levantar dinheiro e fazer novas apostas ou cobrir dívidas advindas com a prática”, pontuou. 

A operação Apate recebeu esse nome em alusão a Deusa Apate, da mitologia grega, que é a Deusa do engano, o dolo e a fraude.

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