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Presidente da CBF desembarca no Tocantins em meio a denúncias sobre sistema eleitoral da FTF

Clubes denunciam falta de voz e distorção no sistema eleitoral da Federação Tocantinense de Futebol; entidades amadoras da capital têm voto, enquanto times profissionais da Série B não participam das eleições

02/07/2025 às 17h57
Por: Redação
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Samir Saucher, presidente da CBF. Crédito: UOL
Samir Saucher, presidente da CBF. Crédito: UOL

A visita do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Saucher, ao Tocantins nesta semana acendeu os holofotes sobre uma crise silenciosa que há tempos incomoda clubes profissionais do estado. A principal queixa: uma suposta distorção no sistema eleitoral da Federação Tocantinense de Futebol (FTF) que, segundo dirigentes ouvidos sob anonimato, enfraquece a representatividade dos clubes da Série A e B, e concentra o poder decisório em ligas amadoras e times da capital sem atuação no futebol profissional.

Sistema eleitoral questionado

O modelo tocantinense de eleição na FTF difere de outras federações do país e da própria CBF. Aqui, as ligas municipais de futebol amador têm peso majoritário no processo eleitoral, enquanto os clubes da Série A possuem peso reduzido e os da Série B sequer têm direito a voto. Para os dirigentes, trata-se de uma inversão da lógica natural da organização do futebol profissional.

“É um minotauro dentro do estatuto. Os times amadores da capital votam, mas os clubes da Série B, que movimentam o futebol profissional, ficam de fora. Em qual lógica isso é justo?”, afirmou um dos dirigentes, sob condição de anonimato.

Atribuição da FTF e o papel dos clubes

A Federação Tocantinense tem como missão organizar os campeonatos estaduais – masculino, feminino e de base – e promover o futebol no estado. Para isso, conta com apoio da CBF e tem direito, inclusive, a uma vaga na Copa do Brasil, principal vitrine dos clubes pequenos. Mas a crítica recorrente é a falta de apoio prático da FTF aos clubes, que alegam carência de incentivo financeiro, promoção de campeonatos com premiações modestas e ausência de articulação por patrocínios.

Associação paralela e movimento por mudanças

Diante do cenário, ao menos nove clubes profissionais já se uniram para formar uma associação independente com objetivo de pressionar por mudanças no estatuto da FTF. A proposta principal é que os clubes da Série A tenham peso igual ao das ligas amadoras nas eleições e que os clubes da Série B conquistem direito a voto.

“Hoje, basta o apoio de algumas ligas para se eleger. Não há disputa real. A estrutura favorece a manutenção de um mesmo grupo no poder por anos”, disse outro dirigente, também em off.

Informações: Ricardo Fernandes Almeida

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